A humanidade sempre precisou de uma unidade padronizada para definir distâncias. Como fazer isso? Usando a Terra obviamente. Em 1789, cientistas definiram o sistema métrico decimal. A primeira medida foi tirada a partir da distância em linha reta da linha do Equador, até o pólo Norte, passando por Paris. O comprimento do metro valia esta distância divida por 4 milhões. Após 10 anos, o metro tomou forma como uma barra de platina. Porém os cientistas notaram que os pólos da Terra eram achatados e retiraram 1/4 de milímetro do metro. Em 1889, uma nova barra, desta vez de irídio e platina - resistente à oxidação e à deformação causada pela temperatura - corrigiu a medida. Mas a Terra não é uma referência imutável, e manter o metro oficial, numa redoma, com temperatura e pressão controladas para evitar deformação, não é nada prático. Por isso, em 1960 os físicos redefiniram o metro como comprimento de onda de luz emitida pelo gás criptônio das lâmpadas fluorescentes. Porém o criptônio perdeu o status de referência em 1983. Atualmente, o metro é definido a partir da velocidade da luz no vácuo. Resumidamente, é o espaço que a luz percorre em 3,33 bilhonésimos de segundo no vácuo. Do metro derivam outras unidades de comprimento curtas e longas como o decímetro (dm) e o quilômetro (km).
O litro foi definido, em 1789, como o volume que cabe em um decímetro cúbico (dm3) - medida equivalente a de um cubo com 1 dm de lado. O quilo foi definido como o peso de 1L de água a uma temperatura de 4,4ºC. A medida surgiu em 1789 e virou um cilindro de platina e irídio cem anos depois. O intrigante é o quilo oficial "emagreceu" e será trocado este ano.
Kramer