Lixo espacial

Você sabe o que orbita o nosso planeta? Satélites, naves espaciais... Mas o que mais rodeia a Terra são os detritos espaciais ou lixo espacial. São restos de naves, satélites fora de uso e muitas outras coisas como parafusos ou até mesmo uma luva!




Quando imaginamos o que está em órbita da Terra, voando rápida e silenciosamente muito acima de nossas cabeças, pensamos logo nos satélites. Lembramos da previsão do tempo, das comunicações de longa distância e das transmissões de TV em ao vivo, vindas do outro lado do mundo. Pensamos também na estação internacional, um gigantesco complexo sendo construído em pleno espaço; nos astronautas com seus movimentos suaves, sempre muito ocupados; e no ônibus espacial executando manobras de acoplagem. Está certo. Porém, o que mais existe em volta do nosso mundo, infelizmente, é apenas lixo. Partes de naves espaciais deixadas para trás durante a subida dos foguetes, satélites que já encerraram sua vida útil e – acredite – até mesmo luvas, parafusos e ferramentas perdidas. Tudo isso dando voltas no planeta em velocidades que atingem 28 mil quilômetros por hora, quase dez vezes mais rápido que uma bala de fuzil. Lançamos objetos em órbita desde 1957. Até 70 novos lançamentos são feitos a cada ano. Normalmente um satélite tem uma vida útil de uns doze anos e cada foguete possui estágios, que são como etapas para que ele possa chegar ao espaço. Cada lançamento deixa um rastro de rejeitos que se não cai de volta no planeta (geralmente no mar) vira lixo espacial. E ainda que todos os lançamentos parassem agora, a quantidade desse lixo não diminuiria nem um pouco. Fragmentos colidem freqüentemente uns com os outros, espatifando-se em mais e mais pedaços. Estima-se que existam mais de 300 milhões de detritos maiores que 1 milímetro. Quanto menor, maior seu número. As partes realmente grandes são monitorados pelas agências espaciais (os Estados Unidos mantêm um catálogo com mais de 10 mil objetos). Mas não há como detectar aquelas que são muito pequenas. Todo esse lixo em órbita da Terra representa um perigo real. Mesmo os menores detritos são capazes de fazer um buraco numa nave ou inutilizar um satélite. Também não é raro que um deles retorne a Terra, embora quando o faça geralmente não passa de um meteoro no céu. Alternativas para minimizar o problemas do lixo espacial existem, mas ninguém está disposto a entrar com a  parte financeira. Novos satélites poderiam ser feitos com materiais de desintegração mais rápida e serem postos em órbitas mais elevadas. Mas nada disso teria outra função senão prevenir acidentes – e fatalmente tornaria o processo de desenvolvimento e lançamento bem mais caros. Os países ricos não desejam normas internacionais muito rígidas, prejudicando assim a competitividade de suas empresas aeroespaciais. E as nações em desenvolvimento não querem nem pensar no assunto porque isso encareceria a já dispendiosa atividade espacial. As autoridades parecem esperar um acidente grave para então tomar uma atitude concreta. Enquanto isso, o menos fétido, mas não menos perigoso entre todos os lixões humanos continua a céu aberto – literalmente.
Rodrigo